Essa nossa língua...

A questão da língua que se fala, a necessidade de nomeá-la, é uma questão necessária e que se coloca impreterivelmente aos sujeitos de uma dada sociedade de uma dada nação. Porque a questão da língua que se fala toca os sujeitos em sua autonomia, em sua identidade, em sua autodeterminação. E assim é com a língua que falamos: falamos a língua portuguesa ou a língua brasileira? Leia mais.

No entanto, podemos concordar em um ponto: as discussões no tocante à nossa linguagem devem estar em constante fomento, a fim de que, tanto a unificação, quanto questões particulares de cada país cuja língua mãe é o português, possam contribuir de diversas formas para o progresso destas nações.

Nosso enfoque é o Brasil, e este blog, mais que acadêmico, se apresenta como fonte de consulta, por um diálogo entre todos aqueles que, como disse Caetano Veloso, gostam de sentir sua língua roçando a língua de Luíz de Camões. Ou ainda, aqueles que pensam como Chico Buarque: que a palavra é anterior ao entendimento, o coração do pensamento...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Na Língua, as opiniões

Por Tim Gouveia

Estudantes do último ano de jornalismo opinam sobre reforma ortográfica e ambiguidade.


Pois é, a reforma ortográfica terá menos mudanças aqui no Brasil que em Portugal, mas isso não muda o fato de que toda a população brasileira e seus mais de 14 milhões de analfabetos terão, cedo ou tarde, que se ver cara a cara com as mudanças ortográficas.

Todos que tem a oportunidade de estudar devem, em tese, aproveitar ao máximo a chance de aprender os usos da “boa expressão textual”, uma vez que todos os ramos profissionais dependem, em maior ou menor grau, da palavra escrita.
Como antevisto, aqui em Língua Geral, estamos em um momento de transição, em que uma série de normas gramaticais perdem sua validade, e dão lugar a outras. Neste contexto, podemos destacar a preocupação do jornalista em relação à sua produção textual, principalmente nos veículos de informação impressos.
Para tanto, busquei a opinião de estudantes de jornalismo, no último ano de curso. Eles falaram sobre a importância do texto e os cuidados que devem ser tomados na produção de sentido.

Segundo Felipe Lopes, a formação acadêmica permite ao futuro jornalista um entendimento pleno do compromisso de se escrever um texto que traduza fins informativos, mas que a atenção entorno das novas regras terá que ser maior. Com visões semelhantes, Maristela Paiva acredita que a unificação visada pelas novas regras é positiva, embora de complicada adaptação, e que só com muito estudo e dedicação extra, o jornalista poderá se ver livre de eventuais problemas, como ambiguidades indesejadas.

Manuella Resende ressalta que o Brasil tem uma grande quantidade de pessoas que ainda não estão adaptados nem mesmo às regras antigas, e que essa condição pode se tornar pior quando as novas regras forem definitivas, a partir de 2012.
O fato de adquirirmos novas normas para o modo como escrevemos também é visto como complicador da escrita e do entendimento por Felipe Domingues, para quem “a ambiguidade, em qualquer contexto textual, é polêmica”. Ele ressalta que tal recurso pode ser usado como enriquecedor ou pode produzir desentendimentos. E diz ainda que esses fatores dependem muito do público a quem o jornalista se dirige, afinal, há públicos mais “preparados” pelo contexto e pelo conhecimento prévio adquirido pelos leitores.

De modo geral os entrevistados pensam que jornalistas e professores são os que terão maior responsabilidade e imediatismo em aprender as novas regras ortográficas da língua portuguesa, e que, a atenção no que toca a ambigüidade deverá ser redobrada.

Assista ao vídeo das entrevistas:

Um comentário: